Salada à vontade

Jacqueline Costa

Uma das coisas que mais mudou na minha vida desde que o Gui entrou para ela foi a disciplina com o regime. Ter alguém para ajudar, dividir e incentivar, faz toda a diferença.

Depois que você se engaja e torna as regras do regime verdadeiros hábitos, tudo fica bem mais fácil. Passa a ser natural não comer açúcar, frituras e evitar alimentos com muitos conservantes. A ingestão de álcool é naturalmente reduzida, porque o organismo dá sinais claros, avisando que não consegue mais atuar como antes, diante dele. E a fome vem direitinho de três em três horas.

À medida que os resultados vão aparecendo, mais fácil é se manter aplicado. E esse é o segredo: fazer tudo certo. Aliás, não há segredo. Basta mudar os hábitos ruins. Além disso, as roupas e o espelho não mentem. A gente ganha uma consciência corporal imensa e só um fim de semana com mais cerveja e uma ou outra roubadinha nas quantidades, já pode ser notada no cinto ou na calça jeans. Essas marcas se tornam bem nítida para nós mesmos. E quando seguimos o regime por apenas uma semana à risca, já notamos a diferença e conseguimos recuperar o que fizemos de errado e foi causa de retrocesso.

Eu não acredito em dietas milagrosas, em regimes relâmpago e nem em nada disso. Do que adianta emagrecer quilos e quilos e depois recuperá-los apenas retomando aqueles velhos hábitos nefastos? Nada. Pelo contrário. Já li várias reportagens falando como o efeito sanfona pode ser perigoso. Ademais, as pessoas que se sujeitam a isso não mudam a rotina. Apenas adotam temporariamente grandes restrições alimentares, com as quais, no fim das contas, terão que conviver para sempre, caso queiram manter a forma. E a ideia não é restringir para sempre, mas saber comer, saber administrar as quantidades e tipos de alimentos. Não há vedações eternas. A gente aprende que, sabendo dosar, podemos comer de tudo. Só que depois que adquirimos os bons hábitos, acabamos sempre optando por comidas mais leves, mais naturais e, por conseguinte, mais saudáveis.

Manter-se em forma deixou de ser para mim apenas uma questão estética. Por óbvio, gosto de me ver mais magra do que antes no espelho. Mas com o passar do tempo, comer errado pode se tornar causa de uma série de problemas, que costumamos dizer que são coisas de velho, mas na minha família, várias pessoas da minha idade já lutam contra males, como colesterol, glicose e problemas nas articulações, gerados pelo sobrepeso.

Uma das coisas que mais me motiva na luta diária contra a minha mente obesa é o fato de que várias pessoas acabaram sendo incentivadas por meus resultados e os do Gui. Eu gostaria de poder ajudar muito mais gente, nesse sentido, mas isso é algo que depende muito de cada um. Eu posso estimular, mas não produzir nos outros determinação e força de vontade.

Da maneira como conto, parece ser fácil. Tudo pode ser mais fácil ou mais difícil, dependendo da maneira como você encara. Para nós, foi necessário recorrer ao nutricionista, que nos ajuda muito na luta contra a balança. Mas, como diria a prima Juliana Boaventura, é de matar de raiva ouvir, depois de todas as quantidades reduzidas e avisos aterrorizantes de combate aos excessos e às delícias gordurosas e doces, que "a salada é à vontade".

Fotos: Reprodução.