terça-feira, 14 de agosto de 2012

Curiosity

Jacqueline Costa


Na última segunda-feira, às 2h33’ (horário de Brasília), o jipe-robô Curiosity pousou na superfície de Marte. A missão pretende descobrir se o planeta já reuniu condições favoráveis para à vida e se essas condições ainda existem lá. Para tanto, ele está equipado com mecanismos que permitem perfurar rochas e coletar amostras do solo para análise de sua composição, para medir a radição e para adotar outras medidas, que expliquem a impostância da água na história do planeta.

Essa é uma evolução muito grande, no que concerne às missões espaciais. Antes, as naves e robôs, para irem ao espaço, dependiam necessariamente da companhia dos seres humanos. Exatamente por isso, as missões eram muito mais complexas, por demandarem toda a estrutura para sobrevivência dos astronautas, da alimentação aos estudos dos efeitos da gravidade sobre o corpo, além dos vários e complicados testes de adaptabilidade do homem em condições, que simulam as do espaço. A distância, como a de Marte, também pode ser um grande complicador, que faça apenas uma dessas viagens demorar anos.

Curiosity revoluciona esse conceito. Não há mais a necessidade de enviar um ser humano para missões exploratórias, como essa. Por outro lado, a imagem de Neil Armstrong ainda está muito arraigada no imaginário popular. Quando se fala em astronauta, quem não se lembra de fotos ou vídeos dele pisando na lua? Penso que todo mundo associa qualquer missão da NASA a essa imagem, muito mais eloquente do que qualquer explicação técnica sobre uma missão espacial e seus objetivos. Exatamente por isso, para muita gente é bastante complicado conceber uma viagem espacial sem a figura do astronauta.

Ademais, a transmissão do homem pisando pela primeira vez em Marte, na segunda-feira, certamente renderia muito mais audiência do que as Olimpíadas de Londres ou o julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão). Imagina a disputa pelos direitos de transmissão exclusiva? Fora a quantidade de patrocinadores, querendo estampar a sua marca em todos os pontos da roupa do astronauta: frente, costas, lados, pernas, braços e outros locais preferidos pelos fabricantes de desodorante e pelo de cuecas. Diante disso, acho que a missão incluindo o homem poderia até mesmo ser mais rentável do que o Curiosity...

De toda maneira, penso que vale a pena acompanhar, porque estamos diante de um grande momento da ciência. Várias de nossas certezas podem desmoronar e a história do universo, que conhecemos, poderá ganhar um novo capítulo.

Podemos ter acesso a todas as notícias e informações sobre a Curiosity no site http://mars.jpl.nasa.gov/msl/. Vale a pena entender melhor os objetivos e acompanhar os progressos dessa missão.

Fotos: Reprodução.

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