quarta-feira, 8 de agosto de 2012

50 anos sem Marilyn

Jacqueline Costa

No domingo, dia 05 de agosto, completamos cinco décadas sem a diva Marilyn Monroe. Ela entrou para a história, não apenas pelos filmes em que atuou, mas especialmente pela postura feminina, independente, sensual e popular, muito além de seu tempo.

Marilyn, que na verdade se chamava Norma Jean Mortenson, foi uma das maiores atrizes americanas de todos os tempos e provou que era bem mais do que apenas uma mulher que mexia com o imaginário masculino. Alguns de seus filmes tornaram-se referência, especialmente as comédias como Some like it hot.

A mulher, que não conheceu o pai e que teve a mãe internada em um hospício, passou grande parte de sua infância em orfanatos, na casa de parentes e de amigos de sua mãe. Aos 16 anos, para não voltar para um orfanato, quando os parentes da mãe se mudaram e não puderam levá-la, ela se casou com seu namorado, que, pouco tempo depois, entrou para a Marinha e foi transferido para o Pacífico Sul. Novamente sozinha, ela começou a trabalhar em uma fábrica e lá, foi descoberta pelo fotógrafo Davis Conover. Em pouco tempo, ela estava na capa de diversas revistas e se tornou uma modelo muito requisitada por sua beleza estonteante.

Marilyn, sonhando com o estrelato, começou a estudar o trabalho de grandes atrizes da época e se inscreveu em aulas de teatro. Com o retorno do seu marido, por imposição dele, ela teve que escolher entre o casamento e a sua carreira. Sem titubear, divorciou-se em 1946 e tornou-se uma das mais populares atrizes da década de 1950.

Ela se casou com o jogador de beisebol, Joe DiMaggio em 1954 e aproveitou a viagem de lua-de-mel para Tóquio para apresentar uma performance para os militares americanos, que serviam na Coréia. Joe não conseguiu lidar com a fama da mulher, símbolo de beleza e sensualidade e a quem todos os homens desejavam. Por isso, eles se separaram alguns meses depois.

Posteriormente, ela se casou com o dramaturgo Athur Miller, mas, pelos mesmos motivos, a união terminou. Ela assinou o divórcio no México, no dia da posse do presidente John F. Kennedy, em 20 de janeiro de 1961, na tentativa de que o escândalo fosse abafado pelo evento histórico. Mas de nada adiantou e Marilyn estava novamente nas capas de revistas e nos jornais da época, tornando-se alvo de fofoca e deixando a sociedade da época perplexa.

Muitos defendem que Marilyn já era amante de Kennedy antes mesmo de ele chegar à Casa Branca, desde que ela se divorciou de Joe DiMaggio, seu segundo marido. O caso, que eles mantiveram, influenciou inclusive a gestão do presidente, que foi algumas vezes chantageado por seus opositores políticos e por membros da máfia, que ameaçavam trazer o caso a público.

Marilyn sabia que Kennedy desejava apenas a estrela de cinema e não a mulher que ela era. Sabia também que ele pretendia encerrar a história entre os dois com elegância e discrição. Diante disso, ela resolveu presenteá-lo com o famoso "Happy birthday", cantado lascivamente na sede do Partido Democrata. Dizem que seu corpo estava coberto por pele e pérolas, mas que não era possível ver as pérolas.

Em 5 de agosto de 1962, Marilyn foi encontrada morta em sua casa em Brentwood, na Califórnia. A morte da estrela, nomeada "personalidade feminina favorita do cinema mundial”, na premiação do Globo de Ouro no mesmo ano, gerou especulações na imprensa e estarreceu o mundo. As circunstâncias da morte nunca foram reveladas, apesar de muito ter sido noticiado sobre uma possível overdose, pela ingestão de barbitúricos. Todos os documentos relacionados desapareceram misteriosamente e as pessoas que tentaram investigar a sua morte, foram ameaçadas.

Aos 36 anos, a diva deixou a vida, mas não o imaginário de homens, que jamais deixarão de desejar uma mulher como aquela. Também jamais deixará de ser referência para as mulheres, que sempre invejarão a sua beleza e sensualidade. Até hoje, Marilyn é mencionada, quando tratamos de moda e beleza.

Marilyn foi, sobretudo, uma mulher livre, que sempre esteve à frente de seu tempo. Ela considerava que mulheres comportadas não faziam história e, assim, justificava a adoção do comportamento transgressor para as décadas de 1950 e 1960. Era uma mulher que não tinha preconceitos e exibia o corpo em trajes considerados por muitos inapropriados para os padrões da época e uma afronta para os mais conservadores.

Por trás de um das mulheres mais sensuais de todos os tempos, dona de lábios carnudos e cabelos platinados, estava escondida uma menina doce e frágil. Ela guardou essas características para que pudesse sobreviver àquela triste história de vida e se sobressair como atriz livre, corajosa e feminina.

Nunca poderemos afirmar qual era a verdadeira Marilyn: a mulher sensual e livre ou a menina doce e frágil, que ela escondia. Acho que ela era mesmo um pouco das duas e o desafio de sê-lo foi o que a tornou tão atraente não só para os homens, mas também para os fãs da grande atriz e para as mulheres, que gostariam de ser tão corajosas quanto ela e capazes de desafiar os padrões que lhes são impostos.

Foto: Reprodução.

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