sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Que nem a morte os separe


Jacqueline Costa



Há alguns dias, li uma história tão bela, que inspiraria até o Maneco, e resolvi contá-la aqui. Acho lindas essas histórias de amor, em que o casal passa a maior parte da vida juntos e que de descobrem a cada dia mais apaixonados um pelo outro. Como já disse em outro post, penso que, no fundo, todo mundo quer viver um amor assim, cheio de amor, companheirismo e cumplicidade.

O casal Maureen e John Read vivia junto, há mais de 50 anos, em Bideford, North Devon. Um câncer terminal acometeu Maureen e John já sofria da Doença de Crohn’s.

Numa manhã, eles pediram para os filhos, que os levassem à beira do rio Torridge e eles, prontamente, atenderam ao pedido do casal. Maurren e John passaram horas abraçados, deitados em sua cama de casal, admirando a vista juntos.


No dia seguinte, eles foram encontrados mortos, naquela mesma cama, de mãos dadas e dividindo o mesmo travesseiro. Uma autópsia identificou que a causa da morte dos dois foi uma overdose de medicamentos, usados pela esposa para controle da dor.

Eles deixaram uma carta para a família explicando que optaram pela morte, que era muito menos dolorosa para eles, do que a possibilidade de um viver sem o outro. Como na história de Romeo e Julieta, eles decidiram morrer juntos para que nunca se separassem, enquanto estivessem vivos.

Essa é sim uma história linda e nem a tristeza intrínseca ao fim apaga a sua beleza. Resolvi contá-la, porque, assim como John e Maurren, constarei ontem e me senti muito estranha, quando pensei que o Gui faz parte de todos os meus planos. Ele está em cada um dos meus sonhos e entrou para a minha vida de uma forma indissociável. O Gui me inspira. Sem ele, boa parte, do que planejo, perde o sentido.

Todo esse estranhamento passou com um abraço apertado e eu percebi que estou certa. Certa e apaixonada. Estranho seria se eu conseguisse separar a minha vida da dele, se não tivéssemos construído nenhum sonho junto ou se não perseguíssemos nada em comum.

Mas não acho a solução de Maurren e John, por mais que ela seja inegavelmente romântica, a melhor de todas. Vejo as coisas por outro ângulo. Talvez porque sejamos jovens demais, se eu morresse hoje, não gostaria que segurasse a minha mão e fosse comigo, mas que ele, a partir de então, vivesse por nós dois. Fosse feliz por nós dois e realizasse todos os seus sonhos, como se meus também fossem. Isso porque hoje, todas essas coisas fazem parte de mim e ele as realizaria por nós.

Fotos: Reprodução.

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