segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Reta final do Brasileirão

Jacqueline Costa



Já estamos mais do que na reta final do Brasileirão 2012. Esse não foi o campeonato mais disputado dos últimos anos, daqueles em que cada gol em toda rodada altera a classificação na tabela, mas algumas peculiaridades merecem menção.

Desde 1999, não me lembro de ter visto o Galo ir tão longe. Não me refiro à classificação final no campeonato e nem a quantas vezes o time encerrou sua participação à frente do seu maior rival, como os atleticanos gostam bastante de enfatizar.

Quero dizer que aquela foi a única temporada em que vi o Galo realmente  disputar o título, o que voltou a acontecer esse ano. Mas todo o desempenho aterrorizante da primeira fase do campeonato não se repetiu na segunda. Poucos são os atleticanos, que viram seu time ser campeão brasileiro, e as coisas, pelo menos em 2012, parecem que vão continuar assim.

De todo modo, o que me chamou a atenção foi como o Facebook se tornou a casa dos mais sobressaltados torcedores. Até mesmo aqueles, que não sabem sequer escalar o time do coração, se manifestam com a maior euforia ou reclamam com o maior vigor sobre o que não foi, mas deveria ter sido. Após os jogos, cruzeirenses e atleticanos, principalmente, só falam dos resultados da rodada. Não há qualquer outro assunto.

Furacão mesmo por essas bandas só é causado pelo descontentamento ou indignação dos torcedores, em relação à arbitragem. Sempre haverá erros e os prejudicados bradarão por justiça. Mas esse ano, realmente os erros foram além da conta.

Mais do que os erros, as manifestações no Face merecem destaque. Algumas engraçadíssimas. Mal posso esperar o fim de cada rodada para ver quais são as mensagens dos mais bem-humorados, como Dinarte Santos. Nem só esses merecem destaque. Discussões, nem sempre recheadas de tanta alegria, também me divertem bastante, como as protagonizadas entre Rafael Amorim e seus amigos. Esse é o lado bom das manifestações  "futebolísticas" na rede social. E como queria que todos os torcedores fossem como eles...

No entanto, há os insuportáveis que não sabem brincar com o tema. Tornam-no uma questão pessoal e provocam, discutem e fazem insinuações o tempo todo. Penso no que será dessas pessoas ao fim do campeonato, porque elas só sabem falar disso o dia todo, sete dias por semana. Será que eles desativarão o Face até o ano que vem? Se o fizessem ad eternum seria um favor a toda a rede.

A vida de ninguém se restringe ao futebol, nem mesmo a desses chatos de galocha. Há muito além disso no dia a dia de todo mundo e no que pode ser extraído, até mesmo das rotinas mais extenuantes. E se só essas coisas lhe chamam a atenção e merecem destaque, é porque sua vida deve ser muito sem graça.

Futebol é um esporte para quem pratica e entretenimento para quem acompanha. Nada além disso. Concordo que durante os 90 minutos, cada gol renova as esperanças de uma torcida e faz com que cada torcedor se esqueça dos problemas. Para muitos, essa é a única diversão, que a vida lhes proporciona e, por isso, esses momentos mereçam tanto crédito. Mas nada justifica a adoção de condutas agressivas e de posicionamentos extremistas, quando o assunto é futebol.

Como em tudo, só há vencedor se houver perdedor. Realmente, "se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminaria empatado". Queria que todos percebessem, que vencedores e perdedores surgem toda semana, quando novos jogos são disputados. A alegria de um será a tristeza do outro. Isso só até a próxima rodada, quando começa tudo de novo...

Foto: Reprodução.

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