sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Foward Obama

Jacqueline Costa



Essa semana, Obama foi reeleito presidente dos Estados Unidos. Para mim, essa campanha foi mais tensa, bem mais difícil do que a anterior, sem aquela euforia marcada pela expectativa de mudança, que os americanos alimentaram após o governo Bush, e era traduzido pela frase: "Yes, we can!" Lembro-me de que camisetas com esses dizeres se esgotaram e o país parou para ver a posse do seu primeiro presidente negro.

Nessa semana, li e pensei bastante sobre o tema. A crise econômica e a oposição no Congresso foram fatores, que reduziram sobremaneira a sua capacidade de atuação em muitos setores. Sem dúvida, as expectativas do povo americano não foram superadas e alguns se viram frustrados diante de tanta esperança depositada em Obama. Isso, por si só, já representava um entrave para a reeleição. Mas ele soube superá-lo.

Obama venceu outra vez. Sua escolha pelos americanos demonstra que eles não imputam a ele a responsabilidade exclusiva por sua atuação no primeiro mandato e que o povo ainda tem alguma restrição em relação à escolha de um candidato não tão conhecido, como Mitt Romney. Por outro lado, Obama representa para os americanos, o que, de certa forma, Lula representa para o Brasil: um homem de origem humilde, que venceu na vida e acabou se tornando, com isso, espelho para muitos. Vamos combinar que o "vencer na vida", no caso de Obama, representa um pouco mais. Afinal de contas, ele é negro, de origem africana e não se restringiu à escola da vida. Cursou Havard.

Essa imagem de Obama explica muito o fato de ter recebido a maioria dos votos das mulheres, dos jovens e dos latinos. Mas não apenas isso agrada a esse público. O posicionamento do presidente, quanto às questões sociais, ao casamento gay, ao aborto e à imigração, foi, a meu ver, decisivo para a escolha desses eleitores.

A partir de agora, o desafio de Obama é superar a intransigência da oposição no Congresso e ter toda a astúcia necessária para concretizar, ao menos, parte das promessas feitas há quatro anos. Ele tem pela frente grandes e decisivas batalhas para o sucesso de seu governo como a economia, questões relacionadas à imigração, o meio ambiente, o programa nuclear iraniano e assegurar que os ganhos obtidos no Afeganistão e no Iraque não sejam perdidos com a retirada das tropas americanas desses países.

Para isso, ele tem os próximos quatro anos. Foward, Obama!



Fotos: Terry Richardson


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