segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O que elas procuram na balada


Jacqueline Costa



Há meninas que mal podem esperar o fim de semana para se jogarem numa festinha. Há outras, que se dizem mais caseiras, mas que a última coisa que veem nos dias de folga é a própria casa. Outras ainda vão apenas naqueles chamados eventos de grande magnitude, naqueles em que todo mundo que conhecem estará presente.

Umas preferem um churrasco, uma festinha da turma durante o dia ou um samba à tardezinha. Outras gostam mesmo da balada com músicas eletrônicas, para onde vão já no fim da noite, início da madrugada. Outras ainda preferem lugares mais alternativos ou mais ecléticos.

Há programas para gente de todo jeito, de todo lugar. Independente do estilo, em toda cidade grande, há baladas para todo tipo de público. Da burguesinha à desapegada, tem lugar, música e “bons drink” para todo mundo.

Mas uma coisa é certa. Além de se divertir, as solteiras, assim como os solteiros, por mais que propaguem a máxima do “eu só quero me divertir”, estão abertas ao encontro de alguém especial. Esse pode não ser o foco, mas que essa abertura existe, existe.

Quando esse é o tema, lembro-me sempre das meninas mais próximas de mim, reclamando da falta de atitude masculina. Sempre há os mocinhos mais avoados, que não percebem qualquer sinal, nem mesmo se a menina desenhar para ele. Mas essa não é a regra. Muitos veem, mas fazem questão de fingir que não viram. Parecem esperar que a menina se aproxime e puxe papo.

Ultrapassada a barreira da falta de atitude, muitos, no fim da noite, não pegam o telefone. Esse, pelo menos, são sinceros. Deixam claro que não querem nada além daquele encontro casual. Pior são os que pegam o telefone, fingem interesse, mas nunca mais dão nem sinal de vida.

A situação a ser classificada como ruim-péssima é aquela em que posteriormente ele a chama para sair e isso se torna frequente. Quando ele se dá conta de que a relação está evoluindo, acende a luz de alerta vermelho e ele foge. Some e não assume que o que está vivendo pode ser uma relação bacana, que pode durar para toda a vida. Esses são os covardes.

Estou falando dele com ela, mas o contrário também acontece. E é mais frequente do que imaginamos. Essas pessoas definitivamente não têm em mente aquilo, que um amigo meu sempre contava, que ouvia do tio: “A sua janela está se fechando!” Nas imediações dos 30 anos, ainda há muitos solteiros, mas muitas e boas opções já foram escolhidas. Esses já estão comprometidos ou já rumaram ao altar. Agora, resta se digladiar com os remanescentes, pelas remanescentes.

A vida passa muito rápido. Dias, meses e anos se vão sem que a gente perceba, porque nunca temos tempo de parar para pensar nisso. A juventude corre e, sem dúvida, envelhecer sozinho é muito triste.

Quando você se dá conta, todos os velhos amigos, da mesma idade que você, estão vivendo outra fase da vida. Eles encontraram alguém, com quem estão dividindo a vida e construindo um futuro juntos. Você continua vivendo a vida de solteiro. Ele ainda ostenta o título de rei da balada; ela, de rainha do desinteresse. Sem perceber, os amigos agora são outros, mais novos e que compartilham esse mesmo momento. Minha irmã gosta de dizer, que há aquelas pessoas que insistem em não sair da fase “Malhação” e há mesmo.

Mas sem dúvida, junto com o rímel, blush e sombra, as meninas, toda vez que saem para a balada, se investem da esperança de encontrar alguém interessante. Os mocinhos também se arrumam com o propósito de conquistar e, quem sabe, achar alguém que valha a pena.

Do footing às atuais baladas, sempre foi assim. Concordo que ninguém sai declaradamente à caça, mas todo mundo espera, ao menos marcar um golzinho, não é?

Ilustração: Leandro Benites em http://leandrobenites.tumblr.com/.

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