segunda-feira, 30 de julho de 2012

Humor

Jacqueline Costa

Ontem, assistindo ao Pânico na Band, fiquei pensando nos tipos de humor, que tenho visto e acompanhado.

Eu gosto do Pânico. Morro de rir com eles, mas isso não me faz esquecer que, em alguns momentos, eles adotam uma linha nada polida e demasiadamente apelativa. Ontem, por exemplo, no quadro "O maior arregão do mundo", o Carioca chegou a fazer xixi de tanto medo da prova, a que foi compelido. Ele tinha que atravessar uma passarela entre duas plataformas a 40 metros de altura caminhando e depois voltar para a primeira delas de bicicleta.

Depois comecei a perceber o quanto isso se distancia do humor feito pelo Kibeloco, Dilbert e The piauí Herald, que se utilizam de recursos mais inteligentes para entreter e fazer rir.

Adoro as séries que o Kibeloco cria, como a "2030", que cogita o que será notícia nesse ano, "Status", que traz os melhores perfis que famosos podiam ter no Facebook, além do "Pracas do Brazil", em que eles mostram as placas, avisos e qualquer outra mensagem bizarra afixadas pelo Brasil afora e que desafiam qualquer pessoa fluente na nossa língua pátria, e das "Notícias que vão mudar o mundo". Há sempre uma piada de cunho político ou que faz menção aos hábitos das classes C e D.

Dilbert traz as tirinhas mais engraçadas, com temáticas relativas ao mundo corporativo. Em algumas situações, a gente consegue até se ver lá ou fica estarrecido por saber que, e fato, estamos rindo do que acontece ou pode acontecer nos corredores de uma empresa. 

Já o carinhosamente denominado por mim Piauí me faz morrer de rir diariamente. A perspicácia que ele tem para misturar temas e criar notícias, que são o mais irônicas possível, me encanta. Ele faz textos curtos e se utiliza de linguagem jornalística para contar as mais absurdas histórias, que têm algum ponto verídico. Ele critica políticos, posturas ideológicas e celebridades. Preciso citar alguns títulos, que se destacaram para mim: "Dilma proíbe a expressão 'Imagina na Copa'", "Luciana Gimenez fará programa especial sobre bóson de Higgs", "Anatel proíbe gerúndios em ligações de telemarketing", "População reza para que Galvão Bueno entre em greve",  "Serra recebe multa por falta de carisma", "Mesa da FLIP discutirá a proliferação de frases de Clarice Lispector no Facebook", "Eike tem crediário recusado na Ricardo Eletro", "Documento da Rio + 20 declara foto de Lula e Maluf insalubre", "Sarney é homenageado como pioneiro do nepotismo sustentável", "Rio + 20 debaterá alternativas sustentáveis ao sertanejo universitário", "Depois de PR, Serra fecha com Carminha", entre muitos outros.

O humor do Pânico, assim como tantos outros, nos distraem, nos arracam gargalhadas e nos fazem, muitas vezes, rir até de nós mesmos. Mas vale muito a pena se render a um tipo de humor diferente, inteligente e que pode transformar a risada pura e simples em informação e em reflexão.

Fotos: Reprodução

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