sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Minhas gavetas


Jacqueline Costa



Todo início de ano é a mesma coisa. Acabo me perdendo naquelas infinitas tarefas, que o final do ano inevitavelmente nos traz, e acabo deixando as gavetas para arrumar no início do ano seguinte. Talvez conte com a chuva, que sempre me alcança no início do ano, onde quer que eu esteja, para me dedicar a tarefas indoor.

Arrumar as gavetas para mim significa colocar tudo em ordem. Não é apenas tirar do guarda-roupas aquilo que não uso mais.

Isso eu já costumo fazer sempre que compro alguma coisa nova. Acho que tem muita gente precisando. É impossível não pensar nisso, vendo todos os dias na televisão quantas pessoas perderam tudo com as chuvas. Por que, então, deixaria minhas roupas represadas nas gavetas? A gente acumula mais coisas do que realmente precisa e se perde entre tantas peças, tantos cabides e tantas opções na hora de escolher o que usar. Mas gosto de lembrar que opções são apenas aquelas coisas que entram no rol de escolhas na hora de se vestir. Se você já não usa mais aquela blusa há anos, ela nem é mais uma opção para você. Para que guardá-la?

Ok! A moda é cíclica. No entanto, a vontade de comprar é constante. Então, quando aquela saia voltar a ser a última moda, você provavelmente não vai usá-la. Vai querer comprar uma igualzinho, só com a cor diferente. Vai querer mesmo é comprar.

Superada a fase roupas, chega a hora de pôr tudo o mais em ordem chegou! Está na hora de lavar meus pincéis de maquiagem com xampu infantil e botá-los para secar no sol, assim que ele aparecer. Vou reordenar os espaços e garantir o melhor aproveitamento possível de cada cantinho, lavar, limpar e lustrar os sapatos.

Também costumo organizar recibos, documentos, exames e comprovantes de pagamento nessa época. Imprimo aquilo que acho necessário arquivar e elimino aqueles papeizinhos, que vamos juntando no fundo da bolsa sem a menor necessidade. Guardo as fotos, que foram tiradas recentemente, mas que ainda estão na minha câmera. Eu as compartilho com os amigos, que fizeram parte daquele momento e até escolho uma ou outra para a minha página no FaceSeparo as coisas, que quero levar para a casa da mamãe e faço uma listinha das que quero trazer de lá.

Depois que tudo fica pronto, é impossível não sentir uma leveza enorme e parece que o espaço se multiplica. É bom ter alguns espaços vazios. Minha mente e meu coração ficam muito mais leves assim.

Não tenho a menor dúvida de que adquiri essa mania de limpar e organizar com a família da mamãe. Fato é que hoje isso já faz parte de mim e não consigo deixar de fazer essas coisinhas, de arrumar tudo e deixar todas as coisas sob o meu preciso controle (pelo menos gosto de me sentir no controle, por mais que não o tenha de verdade).

Gosto de saber onde tudo está, quando preciso. Detesto dormir com gavetas e portas abertas. Aí já entra a minha face negra. Aquela em que a gente guarda as manias mais estranhas e os gostos mais estapafúrdios. Todo mundo tem a sua! A minha está, sem dúvida, na arrumação, no gosto pelo cheirinho de água sanitária e na alegria de lavar as mãos com detergente líquido, quando chego em casa.

Eu sofro da sensação de que sempre é necessário arrumar o quarto. Sou um pouco mais controlada do que algumas primas minhas, que o fazem quase uma vez por mês, mas bem mais desesperada do que a minha irmã. Nunca precisei ser pressionada para arrumar meu quarto, para tentar organizar as minhas coisas. Eu gosto mesmo de tirar alguns dias para isso.

São muitas coisas por fazer. Hoje comecei por organizar todo o meu material de estudo. Essa é uma das tarefas mais chatas, a que já fui submetida. Não tem a menor graça ficar na frente do computador, colocando as coisas em ordem, vendo o que não me é mais útil e fazendo cronogramas de estudo para as próximas semanas. Mas é o que tem para hoje, o que deve ser feito agora. Então, vamos lá!

Foto: Reprodução.

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