segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Um novo motivo para torcer

Jacqueline Costa



Hoje eu me peguei pensando em como a gente se apega a determinadas coisas que não fazem o menor sentido: Da mesma forma que essas coisas nos deixam radiantes em determinados momentos, elas nos deixam à beira da depressão em outros.

Essa sempre foi a minha relação com o futebol. Sempre me perguntei por que não temos jogos o ano inteiro, com duas equipes por time: uma para uma parte do ano e outra, para a outra, ou equipes diferentes para campeonatos diferentes. Tenho dificuldades em lidar com essa parte do ano em que a novela das 9 dura até às 10 e pouco na quarta, em que tem filme à tarde no sábado, programas péssimos na tarde de domingo, em que também não temos aqueles programas com entrevistas com jogadores, técnicos, dirigentes e toda aquela comoção no trabalho para comentar a última rodada, além dos prognósticos para as próximas. Tudo isso é quase sufocante para mim.

É aí que na saudade do futebol, você se rende a outros esportes e espera que eles te façam suspirar com a mesma intensidade, aguardar o próximo jogo com a mesma ansiedade e torcer com a mesma empolgação. Foi aí que eu me rendi ao futebol americano e, em poucas semanas, estava completamente apaixonada pela correria, pelos lançamento e montinhos de jogadores uns sobre os outros. Já gritava com a mesma intensidade touchdown que um gol. Já considerava um field goal como um gol que valia menos. Já mandava os técnicos pedirem tempo, queria jogo parado, em alguns momentos, e relógio correndo, noutros. Já estava totalmente adaptada à função dos gordinhos e dos miúdos mais velozes naquele jogo, em que todo tipo de porte tem lugar, e aprendi que quando o quaterback fica fora do jogo, não significa que ele foi mandado para o cantinho do pensamento para refletir sobre a jogada anterior. Vibro com as jogadas voadoras, com os saltos em direção à end zone e com as interceptações, como se fossem uma defesa de pênalti.

Fui descobrindo a dinâmica do jogo e ficando cada vez mais ansiosa para a próxima rodada. A cada fim de semana, uma novidade. Só ainda não dominei todas as hipóteses em que o cronômetro pára. Mas acho que vou ter que esperar pela próxima temporada, que, por sinal, é perfeita para mim: começa quando o nosso futebol está nos "finalmentes" e termina quando os Estaduais estão começando.

Ao longo dessa temporada 2013/14, elegi obviamente um time do coração: San Francisco 49ers. Resisti a todo o encantamento do marido da Gisele, quaterback (gato) dos Patriots, em favor da elegância do time que tem as cores da Burberry. Ontem não consegui ver o jogo do meu time até o fim, mas fui dormir tranquila, já que ele dominava o placar na primeira parte do jogo. Só que ele sofreu uma incrível virada e perdeu a vaga no XLVIII Super Bowl para o Seattle Seahawks. Fiquei arrasada. Aliás, ainda estou. Não me recuperei desse baque. Já o tinha imaginado, disputando o Super Bowl com os Broncos, já que o Tom Brady me fez o favor de jogar bem mal, diga-se de passagem, e o Patriots perdeu o jogo para os Broncos.

Mas como toda boa torcedora, vidente, taróloga e numeróloga, que tento ser, com base em todos os meus conhecimentos sobre matemática, probabilidade, sobre a posição dos astros no céu e sobre a minha longuíssima experiência com o trato das coincidências da vida, ano que vem não tem erro: O Super Bowl de número 49 só poderá ser dos 49ers. E o meu Tuquinho há de concordar comigo! (Repare na menção já nas primeiras semanas do ano!)

Para quem nunca parou para ver, uma boa oportunidade é o XLVIII Super Bowl, que será no próximo dia 02/02, a partir das 21h com show de Bruno Mars no intervalo. Não sei sobre outros canais, mas acompanho tudo na ESPN, que tem os narradores os mais divertidos possíveis. (Adoro quando em um lance emocionante um deles diz: "Jesus, Maria e José!" ou quando a partida está pouco emocionante e o outro conta sobre a viagem com a família para Caldas Novas...)

Tomara que se apaixonem também e que eu tenha mais gente com quem comentar sobre todas as rodadas! E para o time do coração, os 49ers são uma boa pedida, hein!

Foto: Reprodução.

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