segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O que é ser nerd?

Jacqueline Costa



Fim de semana com aniversário do Luhen, que é aquele tipo de pessoa para quem não se diz não. Apenas questiono o que vamos fazer e vamos lá, por mais que nossas preferências pessoais não sejam exatamente parecidas. Ele curte o clássico programa de macho, com aqueles rocks estranhos e muita gente esquisita. Mulher? Nesses ambientes, se juntar todas, não dá meia. Mas vamos lá.

Ele juntou alguns amigos e fomos para o Pubcrawl na Vila Madalena. Era uma festa meio nômade, que ia mudando de lugar de tempos em tempos, indo de baladinha em baladinha com um bando de gente, que, a cada parada, ficava um pouquinho mais bêbado. Na concentração, notamos que pagaríamos mais caro, porque não estávamos fantasiados, o que, nesse caso, considero que seja uma bela vantagem. Preciso estar investida de surpreendente motivação para sair por aí em um sábado qualquer, que nem é de Carnaval, vestida de She-Ha ou de Chiquinha.

Era uma típica festa de jovens nerds. E no contexto jovem, definitivamente não nos inseríamos. Vi uma menina que se achada a verdadeira idosa por saber cantar inteira a música do Pokémon. Eu pensei: "Minha filha, eu sei recitar The get along gang!" Melhor do que isso, só o susto que a menina que servia cerveja tomou ao ver que um amigo do Luhen era noivo, realidade bem distante para ela.

Em meio a risadas, dancinhas e bebidas em copos gigantes, fomos parar em uma balada cubana. Adoro salsa, mas me sentia num vidro de tempero pronto de tão cheio que o lugar ficou. Fui ao banheiro e enquanto esperava a minha vez, em uma fila lado a lado com a do banheiro masculino, um rapaz me abordou e, sem pestanejar, me disse: "Sua bolsa não é nerd!" Concordo que chutches da moda realmente não façam parte do universo dele. Aliás, ele, de fato, não devia saber o que é uma clutch e para que serve exatamente. No mínimo, deve achar que aquilo tem cara de estojo ou porta-post-it.

Fiquei pensando nisso, meio indignada, confesso, até chegar em casa. Primeiro que acredito que o adjetivo nerd se coadune com pessoas, jogos, comportamentos, mas, em relação a bolsas, foi para mim novidade. Segundo que não consegui conceber exatamente o que seria uma bolsa nerd. Talvez seja uma bolsa feita de Lego. Não sei. Ainda não concluí nada a respeito. Acho que o mais próximo de bolsa nerd que eu posso chegar é usando a Chanel realmente inspirada no Lego. Essa sim combina comigo. Pena que ela não combina exatamente com o meu orçamento...



Foto: Reprodução.

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