quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Eu realmente dei sorte

Jacqueline Costa



A Bella sempre diz que eu dei sorte. De fato, tenho que concordar que eu realmente dei muita sorte. Vejo os imbróglios em que as pessoas se metem quando o assunto é amor e isso só reitera a constatação da Bella: Eu dei sorte!

Não é fácil encontrar alguém que se enquadre nos parâmetros que estabelecemos ao longo da vida. Até aceitamos flexibilizá-los um pouco. O príncipe já não precisa mais ser tão moreno, tão alto e nem tão sensual. Ou então atenuamos o significado desses adjetivos e constatamos que uma barriguinha aqui ou uma gordurinha ali não descaracterizam o que se entende por sensualidade. Para ser moreno, basta um cabelo escuro. A essa hora, ninguém mais espera que o príncipe tenha tempo para tomar um sol e dourar a cútis antes de me encontrar. A altura também é relativizada, afinal o meu salto pode se adaptar a ele. Tempos em que era ele quem tinha que se adaptar ao meu salto ficaram para trás.

Mas mesmo com tanta força de vontade, é duro constatar que, ainda assim, não está fácil para ninguém. Acho que, em algum momento, todo mundo acaba se questionando ou apenas aplicando algum procedimento de verificação de praxe para ver onde está o erro.

Não há erro. Há desencontros. Conheço tantas pessoas que me parecem almas gêmeas, mas não se encontram. É o que dizem por aí: Não estão no mesmo "time".

É, foi aí que encontrei a sorte: Achei quem estivesse no mesmo "time" e com a mesma disposição para fazer dar certo que eu. E deu certo. Aliás, dei sorte.

Foto: Glades Olivier

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A sua opinião, positiva ou negativa, sobre as minhas palavras sempre é importante para mim. Obrigada pelo feedback e por me ajudar a aprimorar e pensar sobre o que escrevo!