Jacqueline
Costa
Hoje
é dia do professor. Comemora-se hoje o dia do profissional da educação. Daquela pessoa que elegeu essa profissão como
forma de sobreviver. Daqueles que passam o dia entre alunos, carteiras e
quadros.
Lembro-me
que, na semana passada, ouvia uma moça no metrô conversando com uma amiga sobre
o ofício. Ela concluía que tinha elegido o sonho errado, para realizar na vida.
A educação brasileira, quando resolveu que queria se dedicar profissionalmente
a ensinar, parecia ser bem mais colorida, bem mais cheia de vida e bem mais
instigante.
Depois,
a dura realidade passou a consumi-la. Ela precisa dar aula em três turnos e em
escolas diferentes para se manter em São Paulo. Com essa rotina, ela não consegue
planejar as aulas, as provas e demais atividades, como gostaria. Assim, acaba
dando uma aula mais ou menos e se frustrando bastante, porque não faz tudo que
deveria e muito menos do que gostaria. Em função disso, aquela professora do
metrô narrava as doenças e estresse, a que se submete, para dar conta de tantas
turmas. Além disso, ela não tem tempo sequer para pensar em continuar
estudando.
Essa
não foi a primeira vez que ouvi uma história como essa. Penso que todo mundo já
tenha ouvido um relato como esse e se entristecido por constatar que a esses
profissionais compete o futuro do nosso país.
Infelizmente,
aqui no Brasil, os professores não são valorizados nem respeitados, como
deveriam. Muitos deles se dedicam e tentam construir algo novo e melhor, mesmo
diante de todas as precariedades da estrutura, que lhe é oferecida. Outros
acabam migrando para escolas privadas e desistindo do sonho de mudar a vida dos
que mais precisam, por meio da educação.
Essa,
sem dúvida, é uma categoria de heróis, que merecem todo o reconhecimento, não
só hoje, mas todos os dias. Todos eles se comprometeram com a educação e com a
construção de uma sociedade muito mais informada e instruída. Além disso, ensinar é um dos atos mais solidários, que pode existir. É doar um pouco de si. É compartilhar conhecimento.
Já
perdi as contas de quantos professores tive ao longo da vida: alguns na escola,
no cursinho e nas faculdades; outros fora desses lugares. Afinal de contas, a
gente aprende o tempo todo. Todos contribuíram, de alguma maneira, com a minha
formação. Muitos me ensinaram muito mais do que a matéria, que estava nos
livros. Cada um é um pouco responsável pelo que sou hoje.
Quero
muito fazer parte desse grupo de pessoas, que tem por ofício ensinar. Mas quero
fazê-lo de outra forma. Quero muito dar aulas, por gosto, por prazer, por hobby, sem que isso seja a minha
principal fonte de renda. Quero tornar essa atividade mais uma alegria e
contribuir um pouquinho na formação de algumas pessoas, que se encontrarem
comigo na sala de aula. Quem sabe um dia?
Foto:
Reprodução.
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